Muitas vezes, o profissional se pega perdido em meio à papelada, com o relógio correndo e não dando tempo de fazer praticamente nada. Ele então resolve ter a atitude mais desesperadora de todas: tornar-se um profissional multifuncional.
Em meio ao caos, o trabalhador acredita que fazendo várias funções ao mesmo tempo, ele vai dar conta do recado. O profissional multifuncional, no entanto, é a pior versão de um bom trabalhador.
Saúde mental não é uma aliada do profissional multifuncional
Não adianta correr contra o tempo para tentar entregar todas as tarefas dentro do prazo. Por mais que tentemos, o profissional multifuncional que habita em alguns de nós não é o que de melhor temos a oferecer ao mercado.
Ao contrário, o profissional que atua com excelência é aquele que sabe administrar o tempo em sua rotina de trabalho. Sem colocar nenhuma tarefa à frente das outras, ele sabe priorizar o que de fato é urgente.
Portanto, não vale a pena abrir mão da saúde mental para realizar entregas praticamente impossíveis. As demandas têm prazo, e elas devem ser cumpridas de acordo com as possibilidades do trabalhador.
Não que você não possa, vez ou outra, colaborar com o time fazendo outras tarefas. Porém, não vale a pena entregar-se para o trabalho apenas para demonstrar realizações, sem ter o mínimo de reconhecimento. E isso passa por:
- Melhores salários
- Ascensão de carreira e mudança de cargos
- Licenças premiadas e dias de descanso extra
- Bônus financeiro no fim do ano ou do exercício
É impossível fazer a função de 03 pessoas ao mesmo tempo

Seguindo a nossa série dos últimos artigos falando sobre a saúde mental do trabalhador, vamos falar sobre o profissional multifuncional. Este é entendido como alguém que realiza mais de uma função no cargo em que ocupa.
Mas este tipo de atuação profissional costuma não ser sustentável a longo prazo, deixando marcas importantes no trabalhador. O perfil do Instagram Contentevc aborda o assunto de uma mentira muito prática e inteligente.
“Como eu vou pensar em saúde mental no trabalho, fazendo a função de três profissionais diferentes?”. Este é o questionamento que o perfil traz em uma de suas publicações. Agir como um profissional multifuncional, ou um faz-tudo, traz consequências a ele e ao mercado como um todo. Entre elas, listamos as 3 mais importantes:
- Deturpação do “bom profissional”;
- Desengajamento;
- Perda do senso de valor.
De acordo com os autores do artigo, ser um bom profissional nada tem a ver com acumular funções. Esta prática pode levar milhões de pessoas ao burnout, conhecida como síndrome do esgotamento.
O desengajamento, por sua vez, é o desinteresse que os profissionais passam a ter após vivenciarem um período de excessos. A sobrecarga faz o desengajamento surgir, pois o trabalhador se sente subaproveitado pela empresa.
Por fim, a perda de senso de valor ocorre quando qualquer pessoa pode cumprir a função de um bom profissional. O cenário de múltiplas funções desvaloriza o profissional capacitado, habilitado e experiente em determinada área.
É impossível fazer a função de mais de 3 pessoas ao mesmo tempo e ainda cuidar da saúde mental. Os conceitos de cuidado com a saúde mental e profissional multifuncional não são equivalentes.
Tome muita atenção e perceba se você não tem se tornado um profissional multifuncional. Mais cedo ou mais tarde, a conta pode chegar, e sua saúde mental e qualidade profissional podem ser afetadas negativamente.
3 comentários em “Saúde mental x Profissional multifuncional: eles não caminham juntos”