Acorda cedo, engole o café quente, queima a língua, abre a porta pisando no cachorro que sai desesperado. Entra no carro abotoando a camisa, fecha a porta no dedo, o carro não liga, você se desespera. E na sua rotina? Tudo é urgente e acelerado também?
Se você se identifica com alguma parte desta história, talvez a sua rotina esteja demasiadamente acelerada. Mas se tudo é urgente, quando – ou onde – sobra espaço para você?
Uma vida onde tudo é urgente
Nos últimos anos, páginas nas redes sociais, como LinkedIn, Instagram e Facebook, têm alertado para o perigo dos excessos. Nos deparamos com excessos em todos os lugares: da nossa casa ao escritório.
Vemos a urgência tomar conta das nossas agendas, dos nossos dias, dos nossos afazeres, das nossas vidas. Mas, pense comigo: se tudo é urgente na sua rotina, talvez nada disso seja tão importante. Se tudo é urgente na sua vida, nada é tão urgente assim, então. Portanto, cuidado com:
- O excesso de positividade;
- O excesso de felicidade;
- O excesso de propósito;
- O excesso de certezas;
- O excesso de trabalho.
O perfil no Instagram, The Summer Hunter, criou um post falando sobre “A Era da Urgência Desnecessária”. No artigo, os autores perguntam: “Precisamos fazer tudo tão rápido”? E emendam: “Será que é mesmo responder àquele WhatsApp no meio do jantar? Certamente não”.
Com a provocação, os criadores do post alertam para os perigos do senso de urgência a todo momento. Eles afirmam que o mundo atual estimula que as coisas sejam feitas rapidamente, dentro de prazos curtos. E para quê?
Nas mais variadas áreas profissionais, e também na vida social, devemos nos sentir produtivos o tempo todo. Contudo, esse excesso traz enormes perigos: a exaustão, a fadiga, a depressão e o burnout.
A sensação de “tirar da frente” alguma tarefa pode até trazer uma recompensa momentânea. Porém, quantos outros projetos – muitas vezes pessoais – mais importantes foram procrastinador para isso?
O ex-presidente dos Estados Unidos, Dwight D. Eisenhower (1953-1961), dizia: “Eu tenho dois tipos de problemas, o urgente e o importante”. Ele conclui: “O urgente não é importante, e o importante nunca é urgente”.
A partir deste pensamento, foi desenvolvida a Matriz de Eisenhower que nada mais é que um quadrante de perspectivas. A partir dela, o empreendedor e o profissional podem entender o que é prioritário em sua rotina:
- Urgente e importante – Faça imediatamente.
- Importante, mas não urgente – Decida quando vai fazer.
- Urgente, mas não importante – Experimente delegar a tarefa.
- Nem urgente, nem importante – Uma tarefa que pode esperar ou ser eliminada.
Com a Matriz de Eisenhower, entendemos que nós devemos equilibrar nossas expectativas. Precisamos entender que nem tudo é urgente, por mais importante que seja. Portanto, algumas coisas podem – e devem – esperar.
Se nem tudo é urgente, o que fazer, então?
Que tal desacelerar, parar, respirar e contemplar um pouco mais a vida, os dias, o pôr-do-sol, a praia, a família e os amigos? Não deu pra terminar a tarefa hoje por falta de tempo, e não de descuido, termine amanhã.
Você não precisa acumular todas as funções possíveis só para mostrar ao líder ou ao time que você é competente. Você está contratado, aproveite para fazer o que você sabe da melhor forma possível.
Mas não acredite na falácia de que se fizer mais, muito mais, você será reconhecido por isso. O reconhecimento nasce a partir da execução daquilo que você faz de melhor, e para o que você foi escolhido dentre tantos candidatos para fazer.
Lembre-se: nem tudo é urgente. E é você quem precisa colocar um basta nos excessos. Não deixe que a era da urgência desnecessária destrua sua saúde, seus sonhos, seu casamento, suas amizades, sua família.
Existem muitos outros perfis nas redes sociais com o mesmo propósito de abrir os olhos de profissionais e empreendedores. Nos próximos artigos da Hora do Empreendedor, vamos falar de outros que compartilham a mesma visão. Nem tudo é urgente. Respire.
Inovação e compartilhamento de ideias 
4 comentários em “Você sente que tudo é urgente na sua rotina? Cuidado com o excesso.”